A Lisboa de Pessoa
A cidade de Lisboa é a protagonista da obra de Fernando Pessoa, considerado um dos maiores poetas do séc. XX.
Na obra deste autor, a cidade surge com todo o seu esplendor e revela a sua beleza e autenticidade, que a tornam uma das cidades europeias mais interessantes de conhecer. E tal como Pessoa, também a cidade tem muitos rostos e diferentes personalidades. A cidade elegante e burguesa do Chiado, a cidade antiga das casas coloridas e pitorescas, a cidade luminosa a contemplar o imenso Rio Tejo, que tanto inspirou a poesia de Álvaro de Campos, bem como a obra o Livro do Desassossego.
Convidámo-lo a fazer esta viagem de descoberta da Lisboa de Pessoa e a conhecer os lugares que inspiraram o poeta. E se ainda não leu a o Livro do Desassossego, desafiamo-lo a percorrer estas ruas com este livro como companhia.
Largo São Carlos
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888, no quarto andar de um edifício no Largo de São Carlos, no Chiado, um dos bairros mais elegantes da cidade. Viveu aqui até aos 5 anos, data da morte do seu pai. A sua mãe voltou a casar com o Cônsul Português em Durban na África do Sul, e por esse motivo muda-se para este país. Este acontecimento na sua vida é muito importante, porque lhe proporcionou uma educação britânica e um profundo conhecimento da língua inglesa. Muitos dos seus textos foram escritos em inglês.
Em 2008, no âmbito das comemorações dos 120 anos do seu nascimento, foi aqui inaugurada uma estátua de bronze, cujo rosto é um livro.
Largo do Carmo
Depois de ter vivido cerca de uma década na África do Sul, Fernando Pessoa regressa a Lisboa, de onde nunca mais saiu. Viveu aqui no Largo do Carmo, num edifício em frente às ruínas do Convento do Carmo, um lugar de grande interesse cultural e histórico.
O apartamento onde viveu é hoje uma Guest house que relembra a passagem do poeta por este lugar.
Café a Brasileira
Fernando Pessoa era um cliente assíduo do emblemático café A Brasileira no Chiado. Inaugurado em 1905, foi um local muito frequentado por Fernando Pessoa e outros intelectuais, artistas e escritores da sua época.
O poeta passou aqui muitas horas da sua vida e por isso a justa homenagem com a estátua de bronze à sua imagem, sentado a uma mesa da esplanada.
Café Martinho da Arcada
Este café no Terreiro do Paço é o mais antigo café de Lisboa e outro dos locais favoritos de Fernando Pessoa.
Foi neste estabelecimento que Pessoa passou tardes a escrever alguns dos seus poemas e, entre eles, os que fazem parte do único livro publicado em vida – Mensagem.
A 27 de novembro de 1935, Fernando Pessoa e Almada Negreiros sentaram-se neste café, conversaram durante algumas horas, beberam um café e despediram-se. Três dias depois Pessoa morria no Hospital de São Luís dos Franceses. Este encontro é recordado como a última vez que o poeta entrou no seu local favorito em Lisboa. A mesa que ocupava continua lá e é um ícone deste lugar.
A Licorista
A Licorista, na Rua dos Sapateiros, atualmente funciona como restaurante (o A Licorista Bacalhoeiro), mas no tempo de Fernando Pessoa era um bar, onde o poeta costumava frequentar para beber um copo de licor ou outra bebida.
Foi neste lugar que foi tirada uma das poucas fotografias conhecidas de Pessoa. O poeta terá oferecido a fotografia à sua amada Ofélia Queiroz, com a dedicatória “em flagrante delitro”. Esta fotografia foi recriada num painel de azulejos que se pode visitar neste restaurante.
Elétrico 28
O famoso elétrico 28 de Lisboa era o meio usado por Pessoa para as suas deslocações entre Campo de Ourique, onde morava, e a Baixa, onde trabalhava.
É uma forma original e pitoresca de conhecer a cidade. Sugerimos que comece a viagem em Campo de Ourique, como o poeta fazia, e que vá apreciando o percurso deste elétrico, que percorre os bairros mais genuínos de Lisboa, passando pela Estrela, Alfama, Baixa. Pode descer no Rossio e tomar um café na esplanada do Café Nicola, e depois descer até ao Terreiro do Paço e ficar a contemplar a vista magnífica do Rio Tejo, que ilumina toda a cidade.
Casa Fernando Pessoa
A Casa Fernando Pessoa foi a última morada do poeta, localizada na Rua Coelho da Rocha, 16 (Campo de Ourique), e foi inaugurada a 30 de novembro de 1993.
Aqui poderá encontrar curiosidades, como a mesa original que usava para escrever entre outros objetos pessoais. O quarto do poeta é recriado por artistas plásticos contemporâneos, que apresentam obras de pessoa e dos seus heterónimos.
O fim
Fernando Pessoa foi internado no hospital S. Luís dos Franceses no Bairro Alto, no dia 29 de novembro de 1935 e veio a falecer no dia seguinte. Tinha 47 anos. Foi sepultado no cemitério dos Prazeres. Foi trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos no cinquentenário da sua morte.
Esta é uma viagem de descoberta da Lisboa do Desassossego de Pessoa, uma cidade de segredos e mistérios, símbolos e detalhes. Contacte a nossa equipa para mais detalhes ou sugestões de mais tours temáticos.